sábado, 21 de maio de 2011

LIÇÃO 8 – O GENUÍNO CULTO PENTECOSTAL


Texto Bíblico:  1Coríntios 14.26-33,39,40

INTRODUÇÃO
I. A ADORAÇÃO E CULTO
II. COMPOSIÇÃO DO CULTO PENTECOSTAL
III. MODISMOS LITÚRGICOS
CONCLUSÃO

A ORDEM E REVERÊNCIA NOS CULTOS

É lamentável ver em muitas igrejas, às vezes em igrejas grandes e conhecidas, conversas e cochichos sem fim nos cultos públicos, e o motivo disso é, principalmente, porque o mau exemplo vem do púlpito, onde pastores, presbíteros, etc, julgam-se com o direito de cochicharem uns com os outros e até mesmo durante a pregação da Palavra do Senhor. Isso constitui falta grave.
Muitas coisas gloriosas de que temos exemplo nas Escrituras podem acontecer no culto público, inclusive curas, milagres e maravilhas. Mas no culto público não deve haver falatórios e cochichos nem no púlpito nem na congregação.
A mensagem que o pregador leva é por vezes gravemente prejudicada pelos falatórios e cochichos, pelo andar de crianças nos corredores, pelo chorar de crianças, pelo vaivém de muitos entrando e saindo do recinto do templo sem necessidade, pela formação de bloquinhos nos corredores e por outras irreverências tão lamentáveis. É dever dos diáconos reprimir energicamente tais procedimentos, e cabe ao pastor da igreja fiscalizar para que a ordem seja mantida.
A igreja deve ser regularmente instruída a manter a ordem no culto público, e o pastor deve determinar aos diáconos e auxiliares a respeito.
A ordem nos cultos é essencial ao progresso espiritual da igreja e ao bom conceito do pastor. Uma igreja cujos cultos se realizam em desordem da má impressão aos visitantes e mesmo aos membros que compreendem as coisas de Deus, revela um pastor descuidado e não alcança o desejado progresso espiritual.

O SIGNIFICADO DA LITURGIA BÍBLICA

Introdução.

Karl Barth (1886-1968) afirmou certa vez que o culto cristão é o ato mais importante, mais relevante e mais glorioso na vida do homem. Acredito que nenhum cristão, seja qual for a sua orientação denominacional, ousaria contraditar o grande teólogo suíço. Pois todos empenhamo-nos em prestar ao Redentor a mais excelsa das adorações. Além disso, a nossa índole espiritual induz-nos a adorá-lo; é uma necessidade que reivindica pronta satisfação. Mas o que muitos não querem admitir é que o culto, por mais simples e singelo, não prescinde da liturgia.
Alguns movimentos não toleram sequer a hipótese de uma liturgia no culto cristão. Haja vista os pietistas, os puritanos e as comunidades de fé pentecostal.
Achamos que a liturgia acabará por destruir-nos a espontaneidade, a modéstia e a beleza espiritual. Todavia, mesmo sem o admitir, temos uma liturgia. Tem início esta quando nos reunimos com o propósito de adorar a Deus na beleza de sua santidade. E prossegue já com a oração e os cânticos congregacionais, e tem continuidade já com a proclamação do Evangelho. E encerra-se com a impetração da bênção apostólica.
Isto é liturgia!
Só há uma maneira de se evitá-la: deixar de se reunir, e não mais celebrar publicamente a bondade divina. Mas enquanto o povo de Deus congregar-se para honrar-lhe o nome, e tributar-lhe deferências e glórias, a liturgia aí estará presente. E nem por isso prejudicará o desenvolvimento espiritual dos fiéis. Pelo contrário: ajuda-los-á a consagrar-se mais ao serviço cristão. Aliás, até mesmo a devoção individual reclama uma liturgia.
Conforme veremos mais adiante, o mal não está na liturgia, e sim no formalismo que vem destruindo igrejas e mumificando grandes movimentos.

1. O verdadeiro sentido da liturgia.

A palavra liturgia é originária do grego leitourgia. Esta, por seu turno, é formada por dois vocábulos: leitos, público e ergon, trabalho. Literalmente, significa serviço público. Na Antiga Grécia, o termo era usado para designar uma função administrativa num órgão governamental. Desde a sua origem, por conseguinte, a liturgia tem uma forte conotação com o serviço que os súditos devem prestar ao rei.
O termo passou, com o tempo, a designar o culto público e oficial da Igreja Cristã. Hoje, é definido como a forma pela qual um ato de adoração é conduzido. Numa linguagem mais técnica, liturgia é o elenco de tudo o que concorre para a boa condução de uma reunião religiosa. Teologicamente, a definição é bastante simples: É tudo o que, diante de Deus, exprime a devoção de uma comunidade de fé: cânticos, leituras bíblicas, testemunhos, pregação, movimentos etc.

2. A liturgia no Antigo Testamento.

O culto levítico era extremamente pomposo. Em virtude de seu harmonioso elenco de sons e gestos, constituía-se ele num espetáculo de raríssima beleza. Haja vista a observação da rainha de Sabá ao visitar o rei Salomão. A soberana do país do Sul enalteceu a Jeová ao observar como os hebreus portavam-se na Casa de Deus (1 Rs 10.5).
Os ministros do altar não poupavam esforços nem minúcias na condução do culto. Tudo tinha de sair perfeito; nenhum detalhe haveria de ser esquecido. A apresentação do sumo sacerdote, dos ministros da música e dos demais levitas não contemplava a menor hipótese de falha. Nos sacrifícios e oferendas, redobrados desvelos. A atenção dos sacerdotes perseguia o menor descuido. Era uma esmeradíssima e sublimada liturgia.
Na inauguração do Santo Templo, tamanha foi a glória de Deus a baixar no santuário que o cronista viu-se compungido a registrar simplesmente: “E os sacerdotes não podiam entrar na casa do Senhor, porque a glória do Senhor tinha enchido a Casa do Senhor” (2 Cr 7.2).

3. A liturgia no Novo Testamento.

Apesar de o Cristianismo não ser uma religião sacerdotal, é impossível dissociar o seu culto da liturgia. Todo culto, aliás, pressupõe uma liturgia, necessariamente. O próprio Cristo ia à sinagoga, e participava ativamente dos serviços aí realizados (Lc 4.16-22). Mais tarde, o mesmo faria Paulo. O primeiro lugar que o apóstolo visitava, ao chegar a uma cidade gentia, era a sinagoga (At 13.5). Em nenhum momento criticou ele o culto hebreu. Pelo contrário: certa vez, propôs-se a fazer um voto essencialmente judaico para não escandalizar a sua nação (At 21.23,24).
Sendo hebreus os primeiros membros da Igreja, o culto cristão, no início, em quase nada diferia do culto judaico. As diferenças, porém, já eram bem nítidas. A começar pelo dia escolhido para a reunião. Se os judeus congregavam-se aos sábados, os cristãos reuniam-se no primeiro dia da semana a fim de rememorar a ressurreição do Senhor (At 20.7). Além disso, em todas as reuniões celebravam a Santa Ceia – a mais importante e solene cerimônia da Igreja.
Enganam-se os que pensam não haver no Novo Testamento um esquema de culto. Atentemos a esta recomendação de Paulo aos coríntios que, embora fervorosos, não sabiam como dirigir suas reuniões: “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1 Co 14.26).
O espírito do Novo Testamento não é contrário à liturgia. É uma necessidade que se impõe ao culto; é um meio teologicamente válido em nossa adoração. Todavia, a liturgia não pode ser um fim em si mesma; é um acessório, não a essência da adoração. Por isso temos de precaver-nos contra o formalismo.

4. O formalismo.

É a ênfase exagerada às formas externas da religião em detrimento de sua essência: a plena comunhão com Deus. Também é conhecido como liturgismo e ritualismo. É a liturgia pela liturgia. O formalismo foi muito combatido pelos profetas e por nosso Senhor (Is 29.13; Mt 6.1-6), por ser um obstáculo à expansão do Reino.
A própria Igreja Católica, que ostenta um ritual pomposo e circunstancial, condena o ritualismo que, em sua terminologia, é chamado rubricismo por causa das letras vermelhas que, nos missais e breviários, indicam o modo de se recitar ou celebrar o ofício. Não obstante tal preocupação, os católicos emprestam à liturgia uma importância exagerada. Para o Concílio Vaticano II, a liturgia é a ação sagrada por excelência.

Conclusão.

Sejamos equilibrados. Se por um lado não podemos fazer da liturgia um fim em si mesma, por outro não devemos desprezá-la como o faziam os sacerdotes do tempo de Malaquias, que achavam um enfado o culto do Senhor (Ml 1.13). O equilíbrio é fundamental. E se Paulo insta aos romanos a serem fervorosos no espírito, não deixa de recomendar aos coríntios a que tudo façam com decência e ordem (Rm 12.11; 1 Co 14.40).

Texto extraído do: MANUAL DE LITURGIA DA BÍBLIA OBREIRO APROVADO, CPAD, 2010.



FONTE: <www.cpad.com.br>. Acesso em 21 mai. 2011.

sábado, 14 de maio de 2011

LIÇÃO 7 – OS DONS DE PODER


Texto Bíblico: Atos 8.5-8; 1Coríntios 12.4-10

INTRODUÇÃO
I. O DOM DA FÉ
II. OS DONS DE CURAR
III. O DOM DE OPERAÇÃO DE MARAVILHAS
CONCLUSÃO

OS DONS DE PODER

E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé.

“Outro” (gr. heteros) significa “outro de um tipo diferente”. Em outro lugar nesta passagem, “outro” (gr. allos) significa “outro do mesmo tipo”, por exemplo, outro crente (outro membro da assembleia local reunida). Paulo pode estar usando, heteros aqui para marcar uma diferença nos dons antes e depois, em vez de significar um tipo diferente de crente. Possivelmente, a palavra da sabedoria e a palavra da ciência possam ser consideradas a comunicar luz e os cinco dons seguintes, a comunicar poder – não à inteligência, mas à vontade. Ou ele pode estar apenas lembrando aos coríntios que nem todos serão usados em todos os dons. Ou pode ter colocado a palavra da sabedoria e a palavra da ciência à parte, porque os coríntios também foram associados com a sabedoria e a ciência natural, e precisavam destes dons de modo especial.
O dom da fé (1 Co 13.2) não é a fé salvadora, mas deve ser considerado como um dom que vai ajudar ou beneficiar todo o corpo local. Pode ser considerado como um dom especial da fé para uma necessidade particular. Alguns o definem como “a fé que move montanhas”, trazendo manifestações incomuns ou extraordinárias do poder de Deus. Mas da mesma maneira que a palavra da sabedoria é uma dotação específica de uma palavra para satisfazer a necessidade de sabedoria, assim o dom da fé pode ser uma dotação específica de fé para satisfazer a necessidade do corpo como um todo (cf. o que Paulo fez no meio de uma tempestade [At 27.25]).

E a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar.

“Dons” e “curar” (curas) estão ambos no plural em grego. Isto pode indicar que há vários dons para curar vários tipos de doenças e enfermidades. Ou pode significar que o Espírito Santo que usar uma variedade de pessoas para ministrar estes dons. Ou pode ter o sentido de que os dons do Espírito não curam somente um item da doença ou enfermidade, mas tudo o que esteja errado. Ele quer curar a pessoa completamente.
Também nos informa que ninguém pode dizer: “Eu tenho o dom de curar”, como se este dom pudesse ser possuído e ministrado ao bel-prazer da pessoa. Cada cura necessita de um dom especial, que é dado não à pessoa que ministra o dom, mas por meio daquela pessoa para o indivíduo doente, de forma que Deus recebe toda a glória. Ele é quem cura (At 4.30).
Quando Pedro disse ao coxo à porta Formosa: “O que tenho isso te dou” (At 3.6), “o que tenho” está no singular em grego e significa que o Espírito deu a Pedro um dom específico para o coxo. Pedro não tinha um reservatório de dons de curas. Ele tinha de receber do Espírito um novo dom para cada pessoa a quem ele ministrava. Esta verdade ainda permanecesse em nossos dias. Embora Tiago 5.14,15 nos diga que chamemos os presbíteros da igreja, se isso não é possível, o Espírito Santo pode usar qualquer membro do corpo para ministrar os dons de curas para o doente.

E a outro, a operação de maravilhas.

“Operação de maravilhas” (gr. energēmata dunamenōn, “atividades da operação de maravilhas” ou “das operações de milagres” – outra vez dois plurais) sugere muitas variedades de milagres ou ações de poder grandioso e sobrenatural. O termo energēmata é muitas vezes usado para se referir à atividade divina (Mt 14.2; Mc 6.14; Gl 3.5; Fp 3.21) ou à atividade de Satanás (At 13.9-11). “A palavra grega traduzida por ‘milagres’ (gr.sēmeion) em João enfatiza seu valor de sinal para incentivar as pessoas a crer e continuarem crendo. O livro de Atos ressalta a continuação dessa obra na Igreja, mostrando que Jesus é vencedor.

Texto extraído da obra “I & II Coríntios: Os problemas da Igreja e suas soluções”, Rio de Janeiro: CPAD.








FONTE: www.cpad.com.br. Acesso em 13 mai 2011.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

LIÇÃO 6 – DONS QUE MANIFESTAM A SABEDORIA DE DEUS


Texto Bíblico: Atos 16.16-24



MOVIMENTO PENTECOSTAL
AS DOUTRINAS DE NOSSA FÉ

INTRODUÇÃO
I. OS DONS DO ESPÍRITO SANTO
II. A PALAVRA DA SABEDORIA
III. A PALAVRA DA CIÊNCIA E O DISCERNIMENTO DE ESPÍRITOS
CONCLUSÃO

Prezado professor, o tópico II da lição fala a respeito dos tipos de sabedorias que influenciam o homem na sociedade contemporânea. São elas: a satânica, a humana e a divina. No contexto atual o crente em Jesus deve exercer suas ações mediante a sabedoria do alto. Para isto devemos estar sempre disponíveis para cultivar um relacionamento mais íntimo com Deus. Para distinguir a sabedoria divina do dom da palavra de sabedoria apresente os seguintes conceitos de sabedoria:
Sabedoria satânica é sempre empregada com o propósito maligno. Existem pessoas dotadas de sabedoria diabólica, que fazem de tudo para alcançar seus propósitos. A sabedoria satânica se caracteriza pela inveja, sentimentos facciosos, etc (Tg 3.14-16; Ez 28.12-17).
Sabedoria humana ou natural limita-se aos interesses da vida. A sabedoria humana concerne preponderantemente à vida presente. Tal sabedoria pode levar o homem a ter sucesso em diferentes áreas. Todavia, o homem pode possuir grande sabedoria humana e, contudo, não conhecer a Deus (Lc 14.28-32).
Sabedoria divina se caracteriza por adotar os melhores meios possíveis para promover a grandeza do reino de Deus. É a sabedoria evidenciada pelo homem espiritual e não se confunde com a sabedoria natural. Esta sabedoria de Deus não é o dom especial do Espírito (palavra de sabedoria), pois a sabedoria é essencial a todos: “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente” (Tg 1.5). Através da Escritura, todos os servos de Deus são encorajados a buscar esta sabedoria, que é uma necessidade na diária. A sabedoria divina é tremendamente necessária à igreja para o uso correto dos dons de Deus.
Conclua o tópico dizendo que a sabedoria divina não pode ser confundida com o “dom da palavra da sabedoria”. Esta é uma habilitação sobrenatural do Espírito Santo.  No entanto, todos devem buscar a sabedoria de Deus através das Sagradas Escrituras. Boa aula!

  

sábado, 30 de abril de 2011

Lição 05 - A Importância dos Dons Espirituais


Texto Bíblico: 1 Coríntios 12.1-11

Introdução
I. Os Dons Espirituais
II. Os Dons do Espírito Santos e a Espiritualidade
III. Os propósitos dos Dons Espirituais

Conclusão

A IGREJA MEDIANTE A EXPRESSÃO DOS DONS

Por David Lim

Os pensamentos mais profundos de Paulo estão registrados nas suas epístolas às igrejas em Roma, Corinto e Éfeso. Estas igrejas eram instrumentos da estratégia missionária de Paulo. Romanos 12, 1 Coríntios 12 e 13 e Efésios 4 foram escritas a partir do mesmo esboço básico. Embora fossem igrejas diferentes, são enfatizados os mesmos princípios. Cada texto serve para lançar luz sobre os demais. Paulo fala do nosso papel no exercício dos dons, do exemplo da unidade e diversidade que a Trindade oferece, da unidade e diversidade no corpo de Cristo, do relacionamento ético – tudo à luz do último juízo de Cristo.

O contexto dessas passagens paralelas é a adoração. Depois de uma exposição das grandes doutrinas da fé (Rm 1 – 11), Paulo ensina que o modo apropriado de corresponder a elas é mediante uma vida de adoração (Rm 12 – 16). Os capítulos 11 a 14 de 1 Coríntios também se referem à adoração.

Os capítulos 1 a 3 de Efésios apresentam uma adoração em êxtase. Efésios 4 revela a Igreja como uma escola de adoração, onde aprendemos a refletir o Mestre supremo. Paulo considera os seus convertidos apresentados em adoração viva diante de Deus (Rm 12.1,2; 2 Co 4.14; Ef 5.27; Cl 1.22,28). Conhecer a doutrina ou corrigir as mentiras não basta. A totalidade da nossa vida deve louvar a Deus. A adoração está no âmago do crescimento e reavivamento da igreja.
Natureza Encarnacional dos Dons

Os crentes desempenham um papel vital no ministério dos dons. Romanos 12.1-3 nos diz para apresentarmos nosso corpo e mente como adoração espiritual e que testemos e aprovemos o que for a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Semelhantemente, 1 Coríntios 12.1-3 nos adverte a não perdermos o controle do corpo e a não sermos enganados pela falsa doutrina, mas deixar Jesus ser senhor (grifo nosso). E Efésios 4.1-3 nos recomenda um viver digno da vocação divina, tomar a atitude correta e manter a unidade do Espírito.

Nosso corpo é o templo do Espírito Santo e, portanto, deve estar envolvido na adoração. Muitas religiões pagãs ensinam um dualismo entre o corpo e o espírito. Para elas, o corpo é mau, uma prisão, ao passo que o espírito é bom e precisa ser liberto. Essa opinião era comum no pensamento grego.

Paulo conclama os coríntios a não se deixarem influenciar pelo passado pagão. Antes, perdiam o controle; como consequencia, podiam dizer qualquer coisa e alegar que ela provinha do Espírito de Deus. O contexto bíblico dos dons não indica nenhuma perda de controle. Pelo contrário, à medida que o Espírito opera através de nós, temos mais controle do que nunca. Entregamos nosso corpo e mente a Deus como instrumentos a seu serviço. Oferecemos-lhe a mente transformada e a colocamos debaixo do senhorio de Cristo, num espírito meigo e disciplinado, para deixar Deus operar através de nós (grifo nosso). Efésios 4.1-3 diz-nos que as atitudes certas levam o ministério eficaz. Por isso, o corpo, a mente e as atitudes ficam sendo instrumentos para a glória de Deus.  

[...] Os dons são encarnacionais. Isto é, Deus opera através dos seres humanos. Os crentes submetem a Deus sua mente, coração, alma e forças. Consciente e deliberadamente, entregam tudo a Ele. O Espírito, então, os capacita de modo sobrenatural a ministrar acima das suas capacidades humanas e, ao mesmo tempo, a expressar cada dom através de sua experiência de vida, caráter, personalidade e vocabulário. Os dons manifestos precisam ser avaliados. Isto não diminui em nada a sua eficácia, pelo contrário, dá à congregação a oportunidade de testar, pela Bíblia, sua veracidade e valor para edificação.

O princípio encarnacional é visto na revelação de Deus à raça humana. Jesus é Emanuel, Deus conosco (plenamente Deus e plenamente humano). A Bíblia é ao mesmo tempo um livro divino e um livro humano. É divina, inspirada por Deus, autorizadora e inerrante. É humana, pois reflete os antecedentes, situações vivenciais, personalidades e ministérios dos escritores. A Igreja é uma instituição tanto divina quanto humana. Deus estabeleceu a Igreja, pois de outra forma ela nem existiria. Apesar disso, sabemos que a Igreja é bastante humana. Deus opera através de vaso de barro (2 Co 4.7). O mistério que permaneceu oculto através das gerações e agora foi revelado aos gentios é “Cristo em vós, esperança da glória” (Cl 1.27).

Não precisamos ter medo. O que Deus ministra através de sua vida, ministério e personalidade talvez seja diferente do que Ele ministra através dos outros. Não devemos pensar que estamos garantindo a perfeição quando temos um dom espiritual. Isto pode ser avaliado por outras pessoas, com amor cristão (grifo nosso). Basta sermos vasos submissos, buscando edificar o corpo de Cristo. Ao invés de focalizarmos a nossa atenção na dúvida – se um dom é totalmente de Deus – façamos a pergunta mais vital: Como posso melhor atender as necessidades do próximo e alcançar os pecadores para Cristo? Somente a compreensão desse princípio deixará a Igreja livre para manifestar os dons.  

Texto extraído da obra “Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal”, editada pela CPAD.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

LIÇÃO 04 – Espírito Santo – Agente capacitador da Obra de Deus


Texto Bíblico: Lucas 24.46-49; Atos 1.4-8

INTRODUÇÃO
I. O RELACIONAMENTO DO ESPÍRITO SANTO COM A HUMANIDADE
II. O ESPÍRITO SANTO NA VIDA DO CRENTE
III. O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO CAPACITA-NOS A FAZER A OBRA DE DEUS
CONCLUSÃO

Prezado professor,

A Paz do Senhor!

Nesta semana estudaremos a lição 4 cujo título é “Espírito Santo - Agente Capacitador da Obra de Deus”. Ela está baseada em Lucas 24.46-49 e Atos 1.4-8 e, também, está dividida em três tópicos: 1) O Relacionamento do Espírito Santo com a Humanidade; 2) O Espírito Santo na vida do crente; 3) O Batismo com o Espírito Santo capacita-nos a fazer a obra de Deus.
Professor, para introduzir o tópico II da lição é importante refletir que a renovação do Espírito Santo é necessária em nossas vidas. Às vezes, pela rotina da vida, não percebemos as implicações espirituais de se ter um relacionamento diário com o Espírito Santo. Conscientizemo-nos da necessidade de uma renovação diária em nossas vidas espirituais. No entanto, devemos saber que:

1. A renovação é diária. O nosso corpo precisa diariamente de um renovo. Este exemplo denota a necessidade da vida espiritual ser conservada periodicamente. O cristão é responsável pela saúde espiritual, assim como o indivíduo é com a sua saúde física (2 Co 4.16).

2. A renovação é consciente e desejada. Precisamos, diariamente, fazer o seguinte questionamento: “Como a minha vida espiritual está?” (1 Co 11.28a). Esse tipo de indagação reflete uma vida cheia do Espírito Santo.

3. A renovação denota a ação do Espírito Santo. A renovação do Espírito Santo mantém o crente afastado das práticas que não glorificam a Deus. Trás aprofundamento na Palavra, renovando-o com poder e tornando-o sensível à direção do Santo Espírito (Is 30.21; At 16.6,7; 10.19).  

Que o Espírito Santo possa renovar a sua vida, as suas forças e o seu interior. Tenha uma boa aula e Deus o abençoe!